O grão-de-bico como oportunidade de investimento

  • Blog
  • 30 de Março, 2021

O grão de bico (Cicer arietinum L.) segue-se ao feijão como a leguminosa mais importante a nível mundial e distingue-se principalmente em dois tipos, “Desi” e “Kabuli”. As sementes do tipo “Desi” são as mais predominantes a nível mundial (correspondendo a cerca de 80% da produção mundial), no entanto, na Europa, as sementes “Kabuli” são as mais comercializadas.

É muito rico nutricionalmente e, por isso, uma fonte economicamente acessível de proteína, distinguindo-se de outras leguminosas pela sua versatilidade em termos culinários. Faz parte da culinária tradicional portuguesa, mas é também muito utilizado em cozinhas de inspiração étnica (por exemplo, o húmus ou o falafel). Mais ainda, a farinha de grão de bico é também um produto de valor acrescentado nas dietas com consciência ambiental e na inovação de produtos alimentares à base de proteína vegetal.

Em termos agrícolas, esta leguminosa distingue-se pela sua capacidade de adaptação a condições climatéricas variáveis e resistência à seca. Apesar do seu importante papel na cultura portuguesa, os níveis de produção são ainda muito reduzidos e o nosso país importa a maior parte do grão de bico para consumo do México ou dos Estados Unidos da América.

Por estes motivos, o grão de bico tem um potencial de mercado elevado e a redução da nossa dependência externa é de alta prioridade, não só pelos custos ambientais associados à importação, mas também para assegurar a resiliência das nossas cadeias agro-alimentares e privilegiar os produtos de produção local.

Publicado na revista Agrotec, nr. 38, pp. 58-60 (Março 2021)